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Pereiras foi povoada e fundada por braganceiros procedentes do município de Bragança Paulista, em terras devolutas que anteriormente faziam parte de sesmarias pertencentes a membros da família Campos Bicudo, da cidade de Itu, em área da, ainda, Freguesia de Tatuí. Região essa designada pelos índios guaranis, seus habitantes, de Guarapó.
Tal povoamento se deu durante o ciclo agropecuário ou tropeirista do desenvolvimento econômico do Brasil, o que aconteceu em posses de terras, onde surgiram dois pousos de tropeiros, entre os quais, posteriormente, foram construídas duas capelas católicas, dedicadas a Nossa Senhora da Conceição, trazida como protetora da viagem e que se tornaria padroeira do povoado, futura cidade de Pereiras.
As duas primeiras posses com estabelecimento dos respectivos pousos de tropeiros se deram em 1829 e 1831, o primeiro pelo posseiro povoador pioneiro Manoel Pedroso de Oliveira e sua esposa, Inácia Maria Pires, e o segundo, pelo posseiro-povoador Inácio de Góis Lima e sua esposa, Maria Gertrudes de Siqueira.
Além dos dois já citados, chegaram mais oito posseiros, portanto dez ao todo identificados: são eles Rafael Bueno de Oliveira, Desidério da Silva Pinto, Rafael de Oliveira Pinto, João Lopes de Morais, Adão de Oliveira Pinto, Joaquim Sutil de Oliveira, Lucas Pereira de Araújo, Bento Pereira Barbosa, João Chagas e Cipriano Custódio.
Vieram todos acompanhados de seus familiares. Ouvimos contado por seus descendentes que eram três ou quatro famílias aparentadas entre si, que em realidade eram mais, como verificamos mais tarde através de pesquisas, e já relacionamos atrás, como se pode conferir pelo sobrenome dos seus chefes, os 10 posseiros, que, com exceção de Inácio de Góis Lima e João Lopes de Morais, todos têm sobrenome Oliveira ou Pinto.
Com a chegada de Bento da Serra e João Chagas, trataram de erigir a capela para a devota imagem de Nossa Senhora da Conceição, esta mesma imagem, de chumbo, que, portanto, tem aproximadamente 200 anos e é, segundo pesquisas feitas por especialistas em arte sacra, a única existente no Brasil. Um artefato histórico exposto hoje na Igreja Matriz.
O local escolhido para a ereção da capela era, segundo Padre Palma, “no meio da mata virgem”. Porém, descobriu-se depois que o local era uma taba, aldeia de índios guaranis, em cuja ocara (terreiro) dera-se a construção da mesma, onde, em companhia de José Fraletti e Lauri Alves de Almeida, achou-se o local de preparo de objetos de pedra lascada e pedra polida, pois havia uma boa quantidade de lascas de flechas amontoadas num canto, que ficava no canteiro da Praça da República, hoje Praça Dr. Paulo Fraletti, em frente ao Posto de Saúde.
A capela era denominada de Capela de N. S. da Conceição dos Pereiras, ou simplesmente Capela dos Pereiras, e Capela da Ponte, por ter sido construída próxima de uma ponte de estivas sobre o Córrego do Poço Reúno, hoje canalizado sob as casas da Galeria João Fraletti (o escadão), justamente onde é a casa do Sr. Lourival Alves de Almeida.
O lugar da ocara, onde se achava a capela, passou a se chamar Largo da Santa Cruz até 1876, e também de Pátio da Cadeia, com a criação da subdelegacia de Polícia. Com a mudança do regime político, em 1889, batizaram-na em 1894 de Praça da República. Há no local um monumento, a cruz de duas hastes, marcando o local exato onde existia a capela. Hoje é a atual Praça Dr. Paulo Fraletti.
Sobre a fundação da cidade, a data presumida por avaliação de dados é 08 de dezembro de 1839, por ser dia de N. S. da Conceição, que passou a ser padroeira do povoado. De início era venerada em casas de família. Em 02 de junho de 1860, foi realizada a primeira festa pública em sua homenagem. Data essa que até 1874 era tida como a data da fundação de Pereiras.
Nem essa, 02 de junho de 1860, nem 08 de dezembro de 1839 são datas de fundação de Pereiras como se acreditava. Estabeleceu-se esta de 08 de dezembro de 1839, em 1950, quando publicou-se a História de Pereiras por critério de tempo para vê-la mais antiga, até que veio se saber que o que valia mesmo era a capela criada eclesiasticamente, isto é, canonicamente por Provisão de Ereção e Fundação pelo Bispado de São Paulo, através de sua Câmara Curricular, o que só iria acontecer justamente em 11 de agosto de 1874, com o nome oficial de Capela de N. S. da Conceição do Ribeirão das Conchas, popularmente chamada de Capela dos Braganceiros e, mais comumente ainda, de Capela dos Pereiras, por ser nome já consagrado desde os anos de 1830, data suposta da construção da primeira capela, tanto que nossa cidade, ao ser elevada à freguesia, em 30 de março de 1876, foi com o nome oficial de Freguesia dos Pereiras.
O idealizador desta segunda capela foi o posseiro povoador Inácio de Góis Lima, que, achando-se em estado de morte em janeiro de 1871, solicitou a presença do Cônego João Clímaco de Camargo, assistente religioso desde a primeira capela do povoado. Após confissão, manifestou-lhe Inácio ser de sua vontade construir uma nova capela, para a qual dava 01 alqueire de terra e oferecia uma imagem de N. S. da Conceição de gesso.
O Cônego tomou por termo suas palavras, registrou-as e logo a seguir requereu ao Bispado de São Paulo provisão para a abertura do Cemitério Paroquial, imediatamente obtida a 8 de março de 1871, bem como requereu, a seguir, Provisão de Ereção e Fundação da nova capela, que chegou a ser construída no mesmo ano de 1871, no mesmo local onde se acha hoje a Igreja Matriz de N. S. da Conceição.
Por fim, a criação da Capela Canônica valia como data da fundação da cidade. Dia 11 de agosto de 1874 é, portanto, a data oficial de Pereiras.
Fonte: Síntese Cronológica da História de Pereiras – Suplemento Histórico – Dr. Paulo Fraletti
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